Editorial do jornal Opinião Socialista nº 458
A convocação da marcha, para o dia 24 de abril, está se
fortalecendo em todo país. A unidade da CSP-Conlutas com entidades do
funcionalismo (Condsef, Andes-SN, Sinasefe, Fenasps, Fasubra, Asfoc-SN,
dentre outras), dos trabalhadores do campo (MST e Feraesp), sindicatos
de professores (CPERS, Sepe), correntes da CUT como “A CUT pode mais”,
do movimento dos aposentados (Cobap), do movimento estudantil, como a
ANEL, e outros setores, indica a possibilidade de uma forte mobilização
nessa data.
Essa é a explicação para a “Nota de Esclarecimento” divulgada pela
direção nacional da CUT, atacando a marcha. É a expressão de que setores
importantes da base e das direções intermediárias da CUT estão aderindo
à preparação da Marcha, o que está deixando sua direção nacional muito
preocupada.
Essa marcha é unitária, incorporando sindicatos e entidades do movimento
sindical, estudantil e popular. Unifica dirigentes de diversos partidos
políticos, assim como independentes. Tem como objetivo rejeitar os
ataques aos direitos dos trabalhadores, como a reforma da Previdência, e
a imposição dos Acordos Coletivos Especiais (ACE). A mobilização
unifica, em uma plataforma comum, reivindicações dos distintos setores
de trabalhadores, que apontam outra direção para a política econômica
nesse país.
Dilma está aplicando uma política econômica a serviço dos patrões. As
grandes empresas tiveram lucros altíssimos nos governos do PT. Agora,
que existe uma desaceleração da economia, existe uma queda nesses
lucros. O sentido das iniciativas de Dilma é o de assegurar que esses
lucros não caiam. Vem daí os incentivos fiscais, a redução dos impostos e
as privatizações.
O que essa Marcha está colocando em primeiro plano, no país, é que é
necessário mudar esse cenário. Chega de dar dinheiro aos patrões. É
necessária uma política econômica a serviço dos trabalhadores! É preciso
rejeitar os ataques, como a reforma da Previdência e os ACE’s, e
avançar com a suspensão do pagamento das dívidas, para que se possa
investir na saúde e na educação, como também pagar os reajustes devidos
ao funcionalismo. É preciso revogar as privatizações e ter uma Petrobrás
100% estatal, para termos combustível barato.
Não é verdade que todos estão de acordo com os atuais rumos da política
econômica nesse país. Nem tampouco é verdade que os que se opõem têm
compromisso com a oposição de direita. É hora de que um terceiro campo, o
dos trabalhadores, oposto tanto aos rumos do governo petista quanto da
oposição de direita, tenha visibilidade nesse momento.
Todos os sindicatos e entidades do país devem chamar assembleias e
discutir a preparação da marcha do dia 24 de abril a Brasília.
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Ativistas do Piauí preparam marcha
Diversas entidades sindicais, populares e estudantis no Piauí estão preparando a caravana que resultará em uma grande manifestação no dia 24 em Brasília. Estima-se que pelo menos três ônibus devem ser fretados para garantir a participação de ativistas piauienses nesta mobilização nacional. A forte presença de representantes dos movimentos sociais na reunião de preparação da marcha realizada na última quarta-feira mostra o ânimo dos ativistas piauienses em fortalecer a luta em defesa de direitos.
Participaram da reunião representantes da Central Sindical e Popular - CSP Conlutas, Associação dos Docentes da UFPI (Adufpi), Diretório Central dos Estudantes - DCE/Ufpi, Sindicato dos Servidores da Ufpi (Sintufpi), Associação dos Docentes da UESPI (ADCESP), Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes regional Nordeste I), Sindicato dos Trabalhadores nos Correios (Sintect), Sindicato dos Servidores Municipais, Intersindical, Assembleia Nacional de Estudantes Livre (Anel), Movimento Mulheres em Luta (MML), Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal (Sintrajufe), Educação Com Lutas, Resistência Camponesa, dentre outros ativistas independentes.
No próximo sábado (13), às 15h, haverá reunião da Coordenação Estadual da CSP Conlutas no SINDSERM (rua Quintino Bocaiuva, altura da Areolino de Abreu), onde a construção da marcha é uma das pautas centrais a serem discutidas com entidades, oposições sindicais e movimentos filiados à central.