O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
(PSTU) lançará
na próxima sexta-feira (08), a partir das 18h30, a Secretaria Estadual
LGBT do partido no Piauí. Para dar visibilidade à discussão da
diversidade sexual e fazer o chamado para a organização dos LGBT , os
militantes do partido promovem uma roda de diálogo com o tema “Debate LGBT: Reforma ou Revolução?” com
o objetivo de tecer discussões sobre a realidade dos LGBTs na conjuntura atual
brasileira e piauiense bem como seus desafios políticos de enfrentamento à
discriminação.
O debate faz parte da
edição do projeto "Sexta Socialista" realizado uma vez por mês pelo PSTU
em Teresina. Após o debate, haverá atividade cultural. A roda de
diálogo vai contar com a contribuição e acúmulo de militantes
do movimento LGBT no Estado. Dentre os debatedores estarão o bacharel em
direito Lourival
Carvalho, da juventude do PSOL, e a secundarista Mary Silva, da
Assembleia
Nacional de Estudantes Livre (ANEL); além de Herbert Medeiros, do Grupo Matizes, e do professor Amarildo Júnior,
representante
da Secretaria Estadual LGBT do partido.
A atividade será realizada no quintal cultural da sede do PSTU,
localizada na Rua Desembargador Freitas nº 1849 (cruzamento com a rua Arêa Leão), Centro de
Teresina. A entrada é franca e aberta a toda a sociedade.
A homofobia no Piauí
como desafio para a organização política
O Piauí surge no
cenário nacional como o estado da federação com os menores índices de
criminalidade, situando-se entre os menos violentos se comparado a outros
estados brasileiros. Ao mesmo tempo, os piauienses aparecem como os mais
homofóbicos do país, registrando altos índices de homicídios contra
homossexuais.
Localizada na região mais homofóbica do Brasil, Teresina ainda
é considerada a capital mais perigosa do país para homossexuais, com 15,6 homicídios
para pouco mais de 800 mil habitantes. A nível estadual, os piauienses vem
ocupando uma triste e séria colocação no ranking do número de assassinatos a
homoafetivos (LGBT). De acordo com o Relatório Anual de Assassinato de
Homossexuais do Grupo Gay da Bahia (GGB) relativo a 2012, o Piauí é considerado,
em termos relativos, o 3º estado mais perigoso para homossexuais, com 15 mortes
(4,7 por milhão de habitantes) registradas somente no ano passado.
Segundo o Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis
(GPTrans), somente este ano, já foram registrados quatro assassinatos de
travestis no Piauí. Dados alarmantes que chamam à atenção para o debate de políticas
públicas nos seus mais diferentes âmbitos (educativo, trabalhista, penal,
dentre outros) que se apliquem e modifiquem diretamente a triste realidade LGBT.