segunda-feira, 16 de julho de 2012

Daniel Solon é capa do jornal O Dia!






No Brasil, o setor de transportes é controlado por grupos empresariais que financiam as campanhas eleitorais dos grandes partidos, e depois têm a conivência dos governos municipais. No caso do transporte urbano, as ferrovias e metrôs seriam opções mais eficazes para a população, o problema é que esta solução não seria o melhor para as grandes empresas que dirigem o país.
Nas várias cidades do país, as prefeituras realizam contratos de concessão tendo como base o equilíbrio econômico-financeiro das empresas. Ou seja, neste modelo, tudo gira em torno do lucro das empresas e quem paga a conta é o usuário. Superlotação, congestionamentos, horas perdidas em deslocamentos e tarifas elevadas, são alguns dos problemas enfrentados diariamente por milhões de trabalhadores e estudantes que dependem do transporte coletivo no país.
Teresina para os trabalhadores: municipalização e passe livre já!


O acesso a todo direito essencial da população passa por sua mobilidade. Se a lógica do transporte não é garantir o direito de ir e vir da população, então são restringidos a esta população o seu direito à educação, habitação, saúde e cultura. Nas mãos dos empresários, as planilhas de custo são manipuladas, os trabalhadores do sistema submetidos a jornadas desumanas e os direitos da população usuária secundarizados. Para mudar essa situação, é necessário um controle verdadeiramente público sobre o transporte coletivo, com o fim do regime de concessões, que entrega o serviço de transporte nas mãos de empresários que buscam apenas a lógica do lucro.
Nesse sentido, propomos a municipalização do transporte, ou seja, que o sistema de transporte coletivo seja gerido pela prefeitura, mediante o controle da população usuária e dos trabalhadores do setor. A municipalização vai garantir uma tarifa mais baixa, pois o município irá subsidiá-la ao invés de repassar milhões para as empresas privadas.
Para tanto, será destinado uma porcentagem do orçamento municipal para investimento em transporte coletivo, assim como acontece com os setores da saúde e educação. Com isto, será possível oferecer passe livre para estudantes e desempregados e garantir aos usuários do sistema conforto, eficiência, segurança e rapidez. Além disso, defendemos uma mudança no Conselho Municipal de Transportes, para que este tenha mais de 60% de seus integrantes vindos da população usuária e não do poder público. Seu caráter deve ser deliberativo e vinculante, de modo que as decisões tomadas no Conselho sejam postas em prática pelo Executivo.
Integração real e tendo acessibilidade ao sistema metroviário em Teresina
Teresina é a última capital do Brasil a  última capital do país a instalar o sistema. Em outras capitais, os coletivos estão integrados há vários anos e já se tornaram rotina da população, como em Fortaleza (CE) e Aracaju (SE). 
De acordo com a Superintendência de Transporte e Trânsito de Teresina (Strans), a integração na capital piauiense começa com 33 das 92 linhas integradas e marcou o reajuste da tarifa que era de R$ 1,90 para R$ 2,10.
O modelo de Teresina aparentemente tem inspiração no sistema integrado de Fortaleza, criado em 1992. A capital cearense tem uma população de 2,4 milhões de pessoas, dos quais um milhão utiliza o sistema de ônibus, segundo dados da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor). A passagem custa R$ 2 e a meia R$ 1, mas há tarifas diferenciadas em determinadas horas do dia, a chamada hora social, e aos domingos.
A integração se dá exclusivamente através de terminais físicos e não há cobrança de segundo trecho. Nas capitais do Ceará e de Sergipe há integração de 100% das linhas.
No caso de Teresina, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado defende não só a integração total no sistema de transporte coletivo como também propõe a construção de uma plataforma de integração, dando acessibilidade ao sistema metroviário em nossa capital.
TARIFAS BÁSICAS DE ÔNIBUS MUNICIPAIS PELO PAÍS

Aracaju: R$ 2,25, antes era R$ 2,10.
Belém: R$ 2,00, antes era R$ 1,85.
Brasília: R$ 1,50
Campo Grande: R$ 2,70, antes era R$ 2,50.
Fortaleza: R$ 2,00, antes era R$ 1,80.
Florianópolis: R$ 2,90, antes era R$ 2,95.
João Pessoa: R$ 2,20, antes era R$ 2,10.
Maceió: R$ 2,10
Manaus: R$ 2,75
Natal: R$ 2,20, antes era R$ 2,10.
Recife: R$ 2,00 (a tarifa principal), antes era R$ 1,85.
Salvador: R$ 2,50, antes era R$ 2,30.
São Luís: R$ 2,10, antes era R$ 1,70.
Teresina: R$ 2,10, antes era R$ 1,90.

"O transporte público de Teresina tem uma das tarifas mais caras do país. O PSTU propõe reduzir este valor para R$1,70. Nós não inventamos esse valor, ele é totalmente viável, pois está respaldado num estudo feito pelo ILAESE - Instituto Latino Americano de Estudos Socio-Econômico. Neste estudo o ILAESE utilizou as mesmas planilhas analisadas pelo promotor de justiça Dr. Fernando Santos, inclusive antes do movimento social que culminou nas manifestações contra o aumento da passagem, chegando reunir cerca de 30 mil pessoas nas ruas de Teresina." Completou a candidata a vice-prefeita Solimar Silva.