sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Zé Maria, presidente nacional do PSTU, participa de caminhada no Mocambinho


Neste sábado (29), o presidente do diretório nacional do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), José Maria de Almeida, participa de duas em Teresina. Às 15h, na sede do PSTU, fará participação em plenária sindical restrita a militantes do partido. Às 17h, Zé Maria participa de caminhada na avenida principal do bairro Mocambinho, na zona norte da cidade. A concentração acontece na Praça da Telemar.

De acordo com Daniel Solon, candidato a prefeito de Teresina pelo PSTU, a visita de Zé Maria é um reforço importante para a campanha. “Estamos na reta final da campanha. A participação de Zé Maria vem reforçar ainda mais o ânimo da militância e dos simpatizantes para sairmos às ruas,  pedindo o voto para o PSTU 16, e fortalecer nosso projeto para conquistarmos uma Teresina para a classe trabalhadora”, afirmou Daniel Solon.

Segundo o candidato do PSTU, além de reforçar a campanha eleitoral, a vinda de Zé Maria dará ainda maior visibilidade à campanha nacional de filiação ao PSTU. “Estamos nesse momento em campanha para elegermos nossos candidatos a vereador e para prefeito, e ao mesmo tempo fazendo uma campanha de filiações entre estudantes, trabalhadores do campo e da cidade e ativistas dos movimentos sociais. Queremos chamar simpatizantes e amigos do PSTU para a caminhada, e também para se filiarem ao nosso partido”, completou Daniel Solon.

AGENDA - Neste sábado, às 14h, Daniel Solon participa de plenária sindical com militantes do PSTU (sede do partido) e às 17h, de caminhada no bairro Mocambinho.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Daniel Solon PSTU 16 no portal 'Vozz.com.br'


Daniel Solon: "Estão usando o status eleitoral para fazer espetáculo de humor"

Publicado em 26/09/2012 às 16h13
Na manhã desta quarta-feira o Portal Vooz recebeu a visita do candidato à prefeitura de Teresina Daniel Solon, dando sequencia a rodada de entrevista com os sete concorrentes a prefeitura da capital.

Durante a entrevista, os candidatos tiveram a oportunidade de expor suas propostas em relação à educação, saúde, mobilidade urbana, sistema de transporte público e assuntos que dizem respeito a sociedade de um modo geral.
Imagem: Milana SantosDaniel Solon em entrevista ao Portal Vooz(Imagem:Milana Santos)Daniel Solon em entrevista ao Portal Vooz
Daniel Solon tem 36 anos, professor de Jornalismo da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Mestre em História do Brasil, e servidor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), é candidato pelo PSTU.

Campanha-‘’ O lema da nossa campanha é Teresina para os trabalhadores, para dialogar com a questão central da cidade, que é uma questão que a gente não vivencia somente hoje, mas de forma histórica que a cidade é voltada para os interesses dos ricos, dos grandes proprietários de imóveis, quando a gente diz Teresina para os trabalhadores é para romper com a lógica Teresina da privatização, que é o que a gente vê hoje, colocar Teresina a disposição de quem mais precisa dela. Teresina é privatizada em todos os serviços públicos: educação, transporte, saúde, a questão da limpeza pública, cultura, em vários aspectos Teresina hoje está dominada pelos grandes empresários e nós queremos que a população que mais pobre usufrua de direitos que são negados hoje. ’’

Educação Infantil - ‘’ Hoje a gente visita os bairros e percebe que a maior demanda é da questão de creches, as CMEIE´s hoje existentes não dão conta, não existe creche em tempo integral, é um setor que tem uma grande demanda. Tem mães que deixam de trabalhar porque existe apenas um horário na CMEIE e a prefeitura ainda quer fechar, como é o caso da São Miguel. É uma proposta nossa a questão da creche em tempo integral, não deixar as salas superlotadas, reduzir o número de alunos, ter mais pessoas de fato qualificadas dando aulas, ter local adequado.

Saúde- ‘’ Saúde é um direito e ele deve ser exercido pelo Estado e como complementar pela iniciativa privada, só que em Teresina é o contrário, a maioria dos postos de saúde em Teresina são privados para melhorar os postos lá da zona rural nós temos que mexer com interesses muitos grandes dos empresários do setor de saúde em Teresina, que é o resultado da isenção de impostos da prefeitura, do Estado é resultado de dinheiro do SUS diretamente e enquanto isso os hospitais públicos e postos da periferia estão sucateados. Dinheiro público é para saúde pública, dinheiro público é para a educação pública. Os hospitais devem ser municipalizados, assim como também deve ter um aumento para a verba do município, que para se ter uma melhor sobrevivência. Pelo menos 6% do PIB da nação sejam destinados exclusivamente à saúde pública para uma qualidade de atendimento’’.


Transporte Público
- ‘’ Quem tem filho na escola sente a dificuldade que se tem para pagar passagem de ônibus, muitas vezes as famílias vão de ônibus e voltam a pé por não ter como pagar duas passagens. As empresas de transporte em Teresina são altamente lucrativas e o serviço a gente conhece, são ônibus lotados, quebrados, essas empresas se movimentam não para prestar um serviço público de qualidade, mas para ter uma alta lucratividade. Se realmente fosse um preço adequado nós teríamos dinheiro revestido em qualidade e que também garanta o passe livre estudantil e para desempregados., é viável, basta ver a alta lucratividade de uma empresa, em apenas um dia, um ônibus rodando, a empresa lucra a quantia suficiente para pagar motoristas e cobradores, existe estudo para isso, os outros 29 dia é de lucro’’.

Integração-
 ‘’ A integração é uma demanda da população, mas a integração que é colocada é falsa, apenas 3% das linhas tem integração e é uma integração que veio com o aumento, defendemos a revogação da passagem para R$ 1, 70 e que seja uma integração atemporal, e que tenha todas as linhas e ainda integrada com o metrô, pois o tempo não é suficiente. A questão do transporte público vai de acordo com o direito de ir e vir, é a sobrevivência racional da cidade, a gente vê hoje é o engarrafamento muito grande devido à precariedade do transporte coletivo empurrando a população a se endividar, aumentando a poluição, problemas respiratórios, aumenta a questão dos acidentes, aumenta o custo de vida das pessoas. O melhor é que se trabalhe a melhoria do transporte coletivo e não individual, para que a cidade possa se movimentar, de preferência através dos trilhos, o metrô. O Estado tem que subsidiar a passagem, deixe de cobrar alguns impostos, para garantir um preço mais barato’’.

Segurança Pública- ‘’ O aumento da violência e das drogas são consequências do abandono do Estado, garantir geração de emprego, o lazer, cultura para jovens é um dever. A reeducação do menor infrator tem que ter acesso a emprego, lazer, escola pública de qualidade, defendemos um grande programa de obras públicas para garantir emprego e isso é feita através da criação de empresas municipais de obras, isso gera emprego e faz movimentar o comércio,. Quando se tem emprego se tira o risco de se ter criminosos, possibilitando melhorias significativas’’.

Cultura e Lazer- ‘’Quando se fala em lazer a praça que antes era local de lazer, hoje é para a prática de crimes, as pessoas ficam com medo de sair de casa, a juventude tem que ter lugares para a prática de esporte, quadras. Quando se fala em cultura, também ter que se criar espaços para esses artistas. Nós queremos que se crie a secretaria de cultura, tendo um conselho municipal de cultural, que tem poder deliberativo não só construtivo e que seja administrado pelos próprios artista, produtores culturais e que também se crie um fundo municipal de cultura tirando da mão dos empresários o poder para um show, um espetáculo teatral.

Campanhas a Prefeitura de Teresina-
 ‘’ Existe uma falsa polarização existem dois candidatos com campanhas bilionárias, que estão usando o status eleitoral para fazer espetáculo de humor, porque fica mais fácil para esconder os problemas da cidade e também as semelhanças entre eles, os projetos são iguais que disputam a cadeira da capital para continuar gerenciando para os grandes empresários. O Firmino fala que o Elmano é ligado aos grandes empresário, mas ele esquece que há oito anos ele também fechou acordo com o João Claudino. Eles são financiados por grandes empresas e não é difícil saber. Existe a opção de escolha para ser a favor da luta, nós queremos consolidar nossa caminhada pelos bairros denunciado essa falsa polarização de candidatos que antes eram aliados e agora estão divergindo para uma campanha de prefeito’’.

Fonte: Ruth Carioca

Edição: Redação Vooz

Contato: redacao@vooz.com.br 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Agenda do candidato Daniel Solon (PSTU) para segunda-feira (24/09)


08h30 - Visita greve dos trabalhadores dos Correios (Av. Walter Alencar, no Monte Castelo)
9h30 - Participa da assembléia geral dos professores da UESPI - Campus Torquarto Neto
16h - Reunião com coordenação de campanha na sede do PSTU
17h - Gravação de programas 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Agenda do Candidato Daniel Solon 16


Agenda do candidato Daniel Solon (PSTU) para esta sexta-feira (21/09)
 7h – Panfletagem nas proximidades da Gráfica Comepi
10h30 – Visita greve dos trabalhadores dos Correios (Av. Valter Alencar, bairro Monte Castelo)
17h – Plenária com a juventude do PSTU na sede do partido
19h – Reunião com apoiadores no Mocambinho (próximo ao Ginásio Pato Preto)

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Bancários de todo o país cruzam os braços por salários e direitos

Cinco maiores bancos do país lucraram juntos R$ 46 bilhões em 2011


JULIANA OLIVEIRA, DE SÃO PAULO (SP)
 


 
 
  Bancários de todo o país cruzaram os braços

• Bancários de todo o país cruzaram os braços a partir do dia 18 de setembro. É a resposta dos trabalhadores à intransigência da Federação Nacional dos Bancos (FENABAN), que se nega a atender às reivindicações apresentadas pela categoria.

Os banqueiros são hoje o setor que têm a taxa mais alta de lucratividade do país. Os cinco maiores bancos lucraram R$ 46 bilhões em 2011 ,o que significa, de forma aproximada, 20% sobre o seu patrimônio liquido. Ou seja, em apenas cinco anos, o lucro alcançado possibilita o retorno ao banqueiro de todo o patrimônio investido. Enquanto isso, as 500 maiores empresas do país têm uma taxa de lucratividade bem menor: 8,2%, segundo a revista Exame.

Apesar de estarem ganhando muito, os banqueiros pagam salários cada vez piores aos seus funcionários, e impõem um ritmo de trabalho cada vez mais enlouquecedor. Para se ter uma idéia, em 1995 um bancário do Banco do Brasil tinha um salário médio em torno de 20 salários mínimos e, em 2010, recebia apenas 7,5 salários mínimos. Para aumentar ainda mais a lucratividade, os bancos desrepeitam a lei, burlando a jornada de 6 horas assegurada pela CLT e não garantindo a igualdade de salários e direitos entre antigos e novos funcionários. Nos bancos privados, a rotatividade é altíssima, pois os banqueiros demitem para contratar funcionários mais novos, com salários menores e menos direitos.

Salários pioram no governo do PT
Durante os governos de Lula e Dilma, o quadro somente se agravou. Os lucros dos bancos são cada vez maiores e superiores aos dos principais setores da economia. No inicio do governo Lula, em 2002, o lucro total do sistema financeiro foi de R$ 20,595 bilhões, passando para R$ 67,134 bilhões em 2010, final do governo. Em 2011, primeiro ano do governo Dilma, o sistema financeiro atingiu o maior lucro de sua história, chegando à cifra dos R$ 72,356 bilhões.

Os salários também pioraram. No começo do governo Lula, um funcionário do BB recebia, em media, 11,2 salários mínimos e, no final do seu governo, recebia 7,5 salários. O mesmo se repetiu nos demais bancos: de 10,4 para 5,9 salários mínimos no Itaú e de 7,1 para 6,9 na Caixa Econômica Federal. Além disso, Lula, e agora Dilma, poderiam evitar o grande número de demissões nos bancos privados, ratificando a convenção 158 da OIT, que proíbe demissões imotivadas, mas não o fizeram. Com isso, continuaram privilegiando os lucros dos banqueiros em detrimento dos trabalhadores.



Reação e greve
A categoria bancária tem reagido a essa situação. Desde 2003, em todos os anos, a categoria vai à luta, realizando importantes paralisações. Neste ano, não será diferente. A FENABAN ofereceu 6% de reajuste e, no país todo, os bancários rejeitaram essa proposta e decidiram ir à greve por tempo indeterminado a partir do dia 18.

Em todas estas greves, a vanguarda do movimento tem sido os bancos públicos, motivo pelo qual ganham importância as pautas especificas do BB e da CEF. Que passa centralmente pelo cumprimento da jornada de seis horas no BB e pela luta pela isonomia na CEF.

A Articulação Sindical, que dirige a maioria dos sindicatos de bancários do país, não tem o menor interesse em dar peso às pautas específicas do BB e CEF, pois isso significaria ter que bater de frente com o governo que apóiam e dar peso ao setor mais organizado, o que significaria também perder o controle do movimento. Para esconder o governo, devem manter o centro da negociação na mesa única da FENABAN, que reúne bancos privados e públicos.

Um outro entrave imposto pela direção burocrática ao movimento é a falta de democracia, que afasta cada vez mais a base e, consequentemente, enfraquece o movimento. Bancários ligados ao Movimento Nacional de Oposição Bancaria (MNOB), que é filiado à CSP-Conlutas, lutam para envolver o conjunto da categoria na construção do movimento, cobrando da direção assembléias democráticas e comandos de greve abertos, com poder de decidir sobre os rumos do movimento.

Os trabalhadores do Banco do Estado do Pará, o Banpará, estão mostrando o caminho. Contra a vontade de seu sindicato, e passando por cima do calendário do Comando Nacional e da CONTRAF/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), já estão em greve desde o dia 4 de setembro e não aceitam que os parâmetros de seu acordo sejam estabelecidos a partir da mesa única da FENABAN. O sindicato de Florianópolis, apesar de ser filiado à CUT, também dá um exemplo, quando chama a categoria para comandar o movimento, participando do comando de greve, e coloca à sua disposição a estrutura do sindicato.

Para fortalecer a greve, o MNOB defende também a unificação da campanha salarial com outras categorias, como metalúrgicos, petroleiros, químicos e, especialmente, com os trabalhadores dos correios, que também devem iniciar uma greve nos próximos dias.

Oposiçao não concorda com a pauta rebaixada da CONTRAF/CUT
O Movimento Nacional de Oposição Bancária não aceita a pauta rebaixada estabelecida pelos sindicatos cutistas que estão reunidos na CONTRAF/CUT. Por isso, defendem uma pauta alternativa, apresentada aos banqueiros pelos sindicatos do Rio Grande do Norte, Maranhão e Bauru. Nela, exigem a reposição das perdas salariais dos bancos privados e públicos, volta do antigo Plano de Cargos e Salários do Banco do Brasil e PLR linear, dentre outras bandeiras que todo o movimento sempre defendeu, mas que as entidades governistas abandonaram depois da eleição de Lula.


Fonte: pstu.org.br

terça-feira, 18 de setembro de 2012

STF começa a julgar núcleo político do mensalão


Relator do processo conclui que houve compra de votos no Congresso


DA REDAÇÃO
 

 Agência Brasil
 
  STF julga o núcleo político do mensalão

• Um mês e meio após o início do julgamento, o Supremo Tribunal Federal (STF) finalmente começou a julgar o chamado 'núcleo político' do mensalão na tarde desse dia 17 de setembro. José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares respondem por corrupção ativa e estão entre os 23 réus julgados nessa etapa. 

O julgamento do núcleo político é a quarta fase dos sete pontos em que a Ação Penal 470 foi dividida. A mais complexa. A grande maioria dos réus envolvidos nas etapas anteriores, que analisou o desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, incluído o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) e o publicitário Marcos Valério, foi condenada. Pelo andar da carruagem, é improvável que os dirigentes do PT escapem das condenações. 

O partido, com Lula à frente, trabalha agora para evitar o desgaste de terem quadros históricos atrás das grades. Aposta-se na prescrição de alguns crimes para evitar que as penas de conjunto excedam oito anos de prisão, o que levaria ao seu cumprimento em regime fechado. 

STF: Houve compra de votos
Nesse primeiro dia de julgamento do núcleo político, o ministro relator do processo, Joaquim Barbosa, concluiu que houve sim compra de votos no Congresso Nacional. Durante a 24ª sessão do julgamento, Barbosa descreveu os repasses financeiros realizados pelo PT a diversos partidos e mostrou que eles não se limitaram aos partidos da base aliada, tendo o PP, por exemplo, participado da partilha. 

O Partido Progressista era um partido de oposição na época, não havendo razão para o PT repassar recursos para a sigla honrar dívidas de campanha, como afirmava a tese do caixa 2. Tal fato responde também os argumentos de que o mensalão não faria sentido, já que os partidos apontados como beneficiários do esquema já integrariam a base do governo. Os repasses se deram em troca de importantes votações que ocorreriam no plenário.

Segundo depoimento de Delúbio Soares à CPI dos Correios, o PT teria repassado R$ 8 milhões ao PP. O total de recursos repassados aos partidos totalizaria R$ 55 milhões. Tudo via saque do Banco Rural. “Não há qualquer dúvida da existência do esquema de compra de votos”, concluiu Barbosa, apontando votações como a reforma Tributária ou da Previdência em 2003 como influenciadas pelo esquema do mensalão.

Denúncia pode arrastar Lula ao centro dos escândalos
Para piorar ainda mais a situação do PT, denúncia da revista Veja deste último final de semana traz depoimentos atribuídos a Marcos Valério em que o publicitário acusa Lula de ser o verdadeiro mentor do mensalão. Valério, além disso, afirma que o total de recursos desviados através do esquema do mensalão superaria os R$ 350 milhões, e não os R$ 106 milhões já calculados. 

A reportagem foi editada para coincidir com o início do julgamento de Zé Dirceu no STF. Não está claro se os depoimentos de Valério são reais ou não. Uma das hipóteses afirma que o publicitário realmente falou à revista. No entanto, o advogado do réu teria sido contra a publicação, que poderia prejudicar seu cliente que, apesar de condenado, ainda não teve sua sentença anunciada pelo Supremo. O acordo feito com a revista, então, seria que Veja publicaria o conteúdo da entrevista de Marcos Valério sob a forma de “relatos a amigos e parentes”. 

Segundo a revista, Valério teria um acordo com o PT, no qual ele se dispunha a não revelar segredos sobre o mensalão em troca da pressão do partido em seu favor no STF. Com sua condenação e a perspectiva de uma pena larga, esse acordo estaria indo por água abaixo. Real ou invenção de Veja, fato é que a reportagem traz um elemento bastante concreto: Marcos Valério é um bode expiatório e uma caixa preta que, com o passar do tempo, está com cada vez menos a perder. 

As eleições, o PT e a direita
Com a corda cada vez mais próxima do pescoço dos figurões do partido, o PT tenta retomar a velha tese do “golpe das elites”. O esquema destrinchado pelo STF e os fartos indícios e evidências apontam, porém, para a existência de um sofisticado esquema de desvio de verbas e compra de votos. Esquema herdado do “valerioduto” articulado para o esquema do mensalão mineiro nas eleições de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas, em 1998.

E tudo isso para quê? Para o PT estabelecer a maioria no Congresso Nacional e poder aprovar projetos como a Lei de Falências (exigida pelo FMI) e a reforma da Previdência do setor público, medida que o governo FHC tentou impor e não conseguiu e que gerou uma greve do funcionalismo e marchas que levaram dezenas de milhares a Brasília em 2003. Ou seja, se é verdade que a oposição de direita, com boa parte da imprensa a tiracolo, exploram politicamente o julgamento do mensalão, também é verdade que o próprio PT cavou o escândalo com as próprias mãos ao se apropriar da política e dos métodos da direita. 

O mensalão tucano, aliás, que deu origem ao do PT, está longe de ser julgado e prestes a prescrever. 

Justiça será feita?
Mesmo que os réus sejam condenados, é improvável que alguém vá realmente preso. Até hoje o STF condenou cinco deputados e ninguém foi para a cadeia. Também é improvável que os R$ 350 milhões desviados, segundo Marcos Valério, voltem aos cofres públicos ou que as medidas que o próprio STF está reconhecendo que foram aprovadas com mensalão no Congresso, como a reforma da Previdência, sejam anuladas. 


Fonte: pstu.org.br

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Segundo semestre tem categorias de peso em campanha salarial

Bancários já definiram indicativo de greve nacional para 18 de setembro


DA REDAÇÃO*
 


 
 
  Bancários do Banpará estão parados desde o dia 4

• Após a forte greve dos servidores públicos federais, importantes categorias do setor público e privado começam a se mover e prometem um segundo semestre bastante agitado. Bancários, petroleiros, metalúrgicos, operários da construção civil e os trabalhadores dos Correios estão começando agora suas campanhas salariais e já mostram grande disposição de luta.

Greve dia 18
Bancários de todo o país já definiram indicativo de greve para o próximo dia 18, após a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) ter se mantido intransigente na reunião de negociação que ocorreu no dia 3 de setembro. Esse dia foi marcado por mobilizações da categoria. Em São Paulo, os funcionários do Banco do Brasil e o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB), filiado à CSP-Conlutas, participaram de um protesto que parou por uma hora o Complexo São João, maior prédio do banco na cidade, com 1800 bancários.

Os bancários do Banco do Brasil reivindicam reposição das perdas salariais; carga horária de seis horas para todos, sem redução de salário; isonomia entre os concursados pré e pós ano de 1998, entre outras reivindicações.

Segundo o membro do MNOB, Bento José, a direção do Sindicato de dos Bancários de São Paulo e a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) não defendem como prioridade as reais necessidades dos bancários. “Eles não tomam como prioridade tratar de pontos estruturais e igualmente importantes para nós, como seis horas para todos, sem redução de salários, e a questão da isonomia entre novos e antigos funcionários, pois essa é uma reivindicação principalmente dos bancos públicos e leva a mobilização. Para eles, não é interessante enfrentar o governo”, justifica Bento.

A prioridade do MNOB na campanha salarial é a luta pela jornada de seis horas sem redução nos salários, isonomia para todos (mesmo direitos para antigos, novos e bancários de bancos incorporados, reposição das perdas salariais e ratificação da convenção 158 da OIT, que proíbe a demissão imotivada). Já houve quatro rodadas de negociação, mas a proposta de apenas 6%, apresentada pela Fenaban, foi recusada.

Já os bancários do Banpará, banco do Estado do Pará, estão em greve desde o dia 4. O banco conta com 1,3 mil funcionários e a paralisação atinge a capital Belém e as agências do interior.

Petroleiros
Os petroleiros também estão batendo de frente com a intransigência da empresa. Na categoria, as negociações ocorrem via FUP (Federação Única dos Petroleiros, ligada à CUT) e FNP (Federação Nacional dos Petroleiros, que conta com a participação da CSP-Conlutas). Enquanto a FUP aceita as condições impostas pela Petrobras, de não negociar as cláusulas sociais, mas apenas as econômicas no acordo coletivo de trabalho, a FNP não aceita qualquer limitação pré-estabelecida pela estatal.

Após muita pressão, a Petrobrás finalmente aceitou realizar uma reunião com a FNP no último dia 5, no Rio de Janeiro. Porém, o encontro terminou em impasse. Além de colocar a limitação das cláusulas sociais, a empresa não avançou na reivindicação dos petroleiros.

Baseados na pauta histórica aprovada pela categoria, os dirigentes reivindicam o ICV-DIEESE (Índice de Custo de Vida) e 10% de ganho real, o que totaliza 16% – incorporada ao salário básico da categoria. Outro ponto importante da reunião foi a cobrança dos dirigentes da FNP para que a proposta da companhia seja entregue para as duas federações no mesmo dia, sem privilégios. A reivindicação não é à toa. Na última campanha de PLR, um episódio lamentável indignou não apenas os dirigentes, mas uma parcela significativa dos trabalhadores representados pela FNP. Na época, a empresa entregou a proposta antecipadamente à FUP, que divulgou para toda a categoria, enquanto a companhia não havia sequer se reunido com a FNP. Agindo dessa forma, o RH assume publicamente o seu atrelamento com a FUP. A FNP exigiu que esse episódio não se repita.

Nova rodada de negociação acontece nos dias 13 e 14 de setembro. Durante os dois dias, a FNP vai apresentar a pauta de reivindicações e os eixos da campanha, baseado nas reivindicações dos petroleiros.

CSP-Conlutas defende unificação
Na reunião ampliada da Secretaria Executiva Nacional, realizada no dia 5 de setembro, a CSP-Conlutas aprovou empreender esforços pela unificação das campanhas salariais em curso no país. Nisto está a busca por um calendário comum de atos conjuntos das categorias em luta, com o indicativo dos dias 18 e 19 de setembro.

*Com informações da CSP-Conlutas

Fonte: pstu.org.br

PSTU é o partido que tem mais candidatas mulheres


Somos metalúrgicas, professoras, costureiras, funcionárias públicas, metroviárias, comerciárias, estudantes, trabalhadoras que lutam para transformar o mundo
Secretaria Nacional de Mulheres do PSTU
O PSTU acredita na força das mulheres trabalhadoras, por isso, temos muitas candidatas mulheres. Em reportagem veiculada no dia 27 de agosto, pelo Diário da Indústria e do Comércio, foi divulgado que nessas eleições municipais de 2012, o PSTU é o partido com o maior percentual de candidatas mulheres, 42%, dentre todas as candidaturas do partido.
Metalúrgicas, professoras, costureiras, funcionárias públicas, metroviárias, comerciárias, estudantes. Mulheres trabalhadoras, guerreiras, lutadoras que estão colocando todas as suas forças a serviço da divulgação do programa do partido nessas eleições. Elas estão, nos poucos segundos de programas eleitorais, denunciando a violência contra a mulher, nas portas de fábrica defendendo o emprego, colocando suas campanhas a serviço das greves que enfrentam o governo Dilma, a serviço das campanhas salariais do 2º semestre, denunciando a corrupção e apresentando o socialismo como uma alternativa de sociedade.
Estamos muito orgulhosos de sermos o partido com mais candidatas mulheres, porque nos esforçamos sinceramente para fazer com que as mulheres da classe trabalhadora se desenvolvam politicamente e se consolidem como grandes dirigentes políticas da nossa classe. O PSTU se preocupa com a formação política dessas mulheres porque a vida das trabalhadoras sob o capitalismo, a dupla jornada de trabalho, os baixos salários, a responsabilidade com os filhos, a violência dentro e fora de casa criam obstáculos reais para que as mulheres se desenvolvam politicamente. O PSTU quer transformar a força das mulheres que enfrentam essa realidade em força para transformar o mundo.
A história do capitalismo nos tirou da vida política
O desenvolvimento da divisão social do trabalho e da propriedade privada localizou as mulheres no espaço doméstico, dentro de casa, com responsabilidade sobre as tarefas desse ambiente, cuidando do lar e da família. O papel social de todo o trabalho desenvolvido nesse âmbito foi totalmente desconsiderado e desvalorizado. O arranjo social que privou as mulheres da vida pública e da produção social passou a ser explicado como condição natural da mulher, ou seja, que seu corpo, sua mente e seu coração foram feitos para cuidar dos filhos, da família e da casa.

Se às mulheres ficaram essas tarefas, aos homens ficou a tarefa da produção social, do convívio social e, portanto, a ocupação das tarefas políticas, públicas, das pesquisas, dos estudos, tudo o que era reconhecido como desenvolvimento da sociedade ficou sob responsabilidade dos homens. As mulheres que se localizaram em tarefas como essas o fizeram enfrentando muito preconceito e muitas delas foram apagadas pela história.
Somos oprimidas e exploradas pelo capitalismo
O machismo é uma ideologia que naturaliza a ideia de que as mulheres são frágeis, fracas, inferiores. Essa ideia é utilizada para superexplorar as mulheres. A forma de superexploração foi se alterando de acordo com suas necessidades de acumulação. Em determinados momentos, ela se manifestava majoritariamente sobre o trabalho doméstico não pago. Hoje, a presença de 46% de mulheres no mercado de trabalho brasileiro demonstra que a superexploração das mulheres também se manifesta no trabalho fora de casa, nas fábricas, escolas, no comércio, no setor de serviços em geral.

A presença das mulheres no mercado de trabalho é consequência de lutas históricas, que questionaram todas as regras impostas às mulheres. Entretanto, o capitalismo transformou essa conquista em superexploração. Mas, ainda que sob essas condições de superexploração, nossa localização na vida produtiva nos dá condições de insurgimos contra esse sistema. Somos hoje parte determinante da força da classe trabalhadora.
Somos fortes para lutar pelo socialismo
Essa situação concreta das mulheres faz com que muitas trabalhadoras sejam parte ativa das lutas da classe trabalhadora no Brasil e no mundo. A luta dos trabalhadores europeus, enfrentando as consequências da crise econômica no continente, conta com uma presença muito expressiva das mulheres. Isso ocorre porque como parte do setor mais superexplorado da classe, as mulheres trabalhadoras são as que mais sofrem com os planos de austeridade fiscal, que retiram direitos, como licença maternidade, educação e saúde pública de qualidade, etc.

Aqui no Brasil, a recente greve do funcionalismo, categoria em que as mulheres são maioria, colocou milhares de mulheres nas mobilizações, nas assembleias, nas reuniões de negociação com o governo. Dentre essas mulheres, está nossa companheira Ana Luiza, grevista do judiciário e candidata a prefeita de São Paulo pelo PSTU. As lutas da Educação que se desenvolveram no ano passado também tiveram muitas lutadoras a frente, como a companheira Amanda Gurgel, que na época da greve teve um vídeo assistido por 2 milhões de pessoas e hoje é candidata a vereadora pelo partido em Natal e provavelmente estará entre os mais votados.
As campanhas salariais das categorias operárias também contaram com a presença de mulheres guerreiras, como Santana Costa, dirigente do Sindicato da Confecção Feminina de Fortaleza e candidata a vereadora na cidade, categoria esta que também trouxe para luta nossa companheira Vera Lúcia, candidata a prefeita de Aracaju, em terceiro lugar nas pesquisas.
Outras categorias de importância entrarão em luta no 2º semestre e terão em algumas candidatas um espaço forte de divulgação, como fará Laura Leal, petroleira e candidata a vereadora de Campinas ou Raquel, carteira, candidata a vice-prefeita de São José dos Campos.
Silvia, Marisa, Veras, Letícia, Vanessa, Joaninha, Mari, Mariah, Lourdes, Mayara, Victória, Marília, Lígia, Rosângela, Carine, Elianas, Cláudia, Claudicéia, Tamires, Roberta, Josi, Lívia, Rielda, Mônica, Renata, Fátima, Nise, Dayse, Kelly, todas guerreiras lutadoras que expressam a importância das mulheres para a luta pelo socialismo e que neste momento dão o orgulho de compor a maior bancada de candidatas mulheres de um partido político. Com essa força, estamos demonstrando aos trabalhadores que as mulheres fortalecem a luta, que não são seres inferiores, que podem e devem participar da vida política, nas lutas e nas eleições.
Fonte: pstu.org.br

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Daniel Solon participa de sabatina no COREN - Conselho Regional de Enfermagem



Daniel Solon disse não concordar com a quantidade de horas correspondente a jornada de trabalho dos profissionais de enfermagem, e também que irá reduzir essa jornada, porém, não reduzindo o salário. Ele colocou também que não é justo que os médicos recebam mais que os enfermeiros já que, quem trabalha mais são os profissionais de enfermagem. Afirmando ainda, que o método que ele irá utilizar para o ingresso dos profissionais de saúde será a criação de concursos públicos e que o salário será e deve ser paritário ao tanto que esse profissional trabalha. Daniel aproveitou para comentar sobre uma denúncia que ele recebera de que tem profissionais do HUT que burlam seus plantões, se ausentando de suas atividades.Nossa política para saúde terá então os seguintes eixos principais:- Saúde é direito de todos e dever do Estado! Pelo Acesso universal e de qualidade à saúde!- Ampliaremos a rede pública municipal de saúde p/ garantir o acesso a uma saúde pública de qualidade.- Exigimos um sistema de saúde público, exclusivamente estatal, gratuito e de 

qualidade.- Contra as privatizações! Nenhuma verba pública para os hospitais privados ou filantrópicos. Que todo o PIB gasto em saúde vá para a saúde pública!!! Financiamento mínimo de 6% do PIB p/ Saúde Pública.- Lutar por Conselhos de Saúde (municipais e estaduais) democráticos e sob controle dos trabalhadores (esses conselhos são garantidos na lei 8142/90, que regulamenta a participação dos usuários na gestão do SUS)- Descentralização do sistema de saúde (princípio do SUS) para garantir serviços de boa qualidade em todo o território piauiense e evitar que muitos morram no trajeto p/ ter assistência somente em Teresina.- Inverter a lógica de investimento na saúde. Investir mais verbas em programas de saúde preventivos, como educação em saúde, saneamento básico, esgoto, alimentação para evitar o adoecimento da população e assim gastaremos menos com saúde curativa (tratamento de doenças), cujo custo é mais elevado e só beneficia aos grandes empresários.- Pelo cumprimento da Emenda Constitucional 29, já regulamentada na Lei Complementar 141 de 13 de janeiro de 2012, que estabelece os recursos mínimos a serem aplicados pelas esferas federal, estadual e municipal na saúde. A saber: Art. 7o  Os Municípios e o Distrito Federal aplicarão anualmente em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 15% (quinze por cento) da arrecadação dos impostosTeresina é considerada um polo de saúde, mas privado. A questão da saúde que defendemos é que ela seja pública. Todo investimento público deve ser direcionado para instituições públicas. Defendemos que 15% do faturamento municipal deve ser encaminhado para a saúde pública.


Programa de Apoio aos docentes e estudantes da UESPI



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A educação cansou de tanto descaso!


Entra e sai governo, e a educação continua sem ser prioridade. O caos vivenciado pela educação pública é sentido pela grande maioria da população, sobretudo entre os trabalhadores mais pobres. Em 2012 milhares de jovens em todo mundo se enfrentaram com os projetos de privatização e sucateamento da educação pública. No Brasil, estamos vivendo a maior greve dos últimos 10 anos e que disse não ao REUNI e todo o projeto privatista do PT de Lula e Dilma.
Infelizmente, a realidade da educação de Teresina não é diferente. Atualmente são destinados 18% do orçamento municipal da capital para a educação. A educação pública encontra-se em total abandono, estruturas precarizadas, professores mal remunerados, e uma lógica de ensino estritamente mercadológica. 
 É preciso investir mais na educação pública municipal.  São mais de 93 mil jovens matriculados nas escolas de educação infantil, fundamental e de jovens e adultos, sendo que, apenas 47,3% dos jovens entre 15 e 29 anos frequentam regularmente a escola.  Por outro lado, o ensino privado registra altos índices de lucros e matrículas. São mais de 350 estabelecimentos de ensino privado em Teresina. Enquanto isso, nos últimos quatro anos  foram fechadas  mais  de  20  escolas  públicas no  município.  
Esse quadro revela um total descaso com a educação pública em Teresina, em benefício de um mercado altamente lucrativo, que explora a população carente de serviços públicos de qualidade. Não é a toa que a secretaria de educação é administrada pelo Paulo Machado, um dos maiores empresários dono de escolas particulares.





É preciso dar um basta nesse descaso com a educação pública!

Nós da juventude do PSTU defendemos uma educação realmente pública, gratuita e de qualidade. Por isso exigimos mais investimento na educação pública. É preciso destinar 10% do PIB para educação pública já! 30% do orçamento municipal para a educação pública. A educação não pode mais esperar. Defendemos também  total democracia no interior das escolas, faculdades e universidades; a irrestrita liberdade de cátedra; a mais ampla liberdade de ensinar para os professores e a total liberdade de aprender para os jovens; conselhos deliberativos e paritários formados por professores, alunos e pais (no caso da educação básica); eleições diretas para todos os cargos diretivos; fim dos organismos de controle governamental ou inspeção escolar.
Sabemos que não é possível haver de fato uma educação pública de qualidade, enquanto existir uma sociedade baseada na exploração de milhares de trabalhadores por uma minoria privilegiada. Mas enquanto não superamos esse modelo de sociedade capitalista, podemos avançar em conquistas de melhorias que contribuam com o processo de emancipação da consciência da classe trabalhadora.
Nestas eleições, a juventude que luta e que sonha tem uma alternativa socialista. Com a ousadia de mudar o mundo, vamos juntos construir uma Teresina para os trabalhadores e uma sociedade melhor. Vote Léo Maia 16123.

Venha conosco debater sobre a perspectiva de uma educação pública, gratuita e de qualidade. Nesta quarta-feira (12/09) na sede do PSTU, rua Desembargador Freitas 1849, esquina com Área Leão, Centro/Norte. Vamos construir um programa socialista para educação pública!


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Daniel Solon apresenta propostas do PSTU ao Conselho Estadual de Cultura

O candidato a prefeito de Teresina pelo PSTU, Daniel Solon, foi à reunião do Conselho Estadual de Cultura, na manhã desta quinta-feira, onde apresentou as propostas do partido para a área cultural da cidade. Como foi ressaltado pelos conselheiros, Daniel Solon foi o único candidato de Teresina a atender ao convite do Conselho Estadual de Cultura. Ele iniciou a exposição do programa de governo do PSTU afirmando que "Teresina está privatizada em vários aspectos: na saúde, na educação, no transporte, e infelizmente, também na área cultural. É preciso reverter tudo isso". A candidata a vereadora pelo PSTU, Letícia Campos, e a candidata a vice-prefeita pelo PSTU, Solimar Silva, também apresentaram propostas para a área.

Segundo ele, "sem a garantia de investimento de recursos próprios da prefeitura para incentivo à produção cultural, são as grandes empresas que acabam tendo o papel de definir quais espetáculos entram em cartaz, quem lança CDs, que exposições são lançadas, quais livros são editados. Os artistas, as pessoas que produzem cultura, acabam ficando na mão dos empresários, a partir das leis de incentivos como a A. Tito Filho, que garante isenção de impostos para as empresas".

Daniel Solon defendeu a criação de um fundo específico para financiamento e estímulo à produção cultural, e o fim de isenções de impostos para empresas privadas. "Os editais da Fundação Municipal Monsenhor Chaves não atendem às necessidades. Os autores de projetos contemplados sofrem muito tempo para receber as verbas, que são bem reduzidas. É um constante desrespeito para com os artistas. Nesse ano, por exemplo, a prefeitura não repassou nem mesmo o pouco que se comprometeu para a realização do Salão do Humor. E os organizadores do evento acabam sendo vistos como os responsáveis por não pagarem o que devem."

O candidato do PSTU defendeu ainda a defesa do patrimônio arquitetônico da cidade, com o tombamento de vários prédios e punição severa para proprietários que descaracterizarem o patrimônio tombado. Para ele, é necessário que se faça a municipalização/estatização do prédio do Cine Rex, "que deve ser totalmente tombado revitalizado não apenas como cinema de rua, mas também como espaço de oficinas, de produção do audiovisual". Ele defendeu ainda o fim do tráfego de veículos automotores, inclusive de ônibus, nas imediações do Museu do Piauí, cujo conjunto do patrimônio e acervo está ameaçado pela fuligem e pela trepidação no solo. "Dessa forma, se valoriza aquele espaço do centro, dando mais espaço também para o pedestre se locomover", afirma. 

Ele ressalta que já uma movimentação nas mídias sociais (facebook, twitter, e http://cinerexthe.blogspot.com.br/) e até mesmo uma petição pública criada por jovens artistas e pessoas preocupadas com a defesa do patrimônio artístico-cultural em Teresina, que reivindica, segundo o documento, a "apropriação pública e o tombamento integral do espaço cultural CINE REX e a revitalização do mesmo com fins exclusivamente culturais, por reconhecermos a importância cultural e urbanística do CINE REX para a cidade de Teresina; e entendermos que esse espaço deve fazer efetivamente parte do complexo cultural PRAÇA PEDRO II e da cultura tão carente do nosso Estado, Piauí, servindo-nos como ferramenta fomentadora da nossa identidade, memória e produção cultural". 

Daniel Solon concordou com várias sugestões dos conselheiros, dentre elas a da necessidade de se criar um Arquivo Público Municipal, e criar uma Secretaria Municipal de Cultura, com dotação orçamentária suficiente para funcionar. "Mas é preciso não só garantir orçamento digno. É preciso que o Conselho Municipal de Cultura, a Fundação Municipal Monsenhor Chaves ou a Secretaria de Cultura sejam composto exclusivamente por quem faz a cultura no município, com direções escolhidas por eleições entre os artistas", disse. 

Fotos da reunião do Conselho

Reunião do Conselho: ao fundo, Daniel Solon, M. Paulo Nunes (presid. do Conselho) e Letícia Campos






Veja a íntegra do documento apresentado pelo PSTU ao Conselho Estadual de Cultura:




PROGRAMA DE GOVERNO PARA CULTURA
PSTU 16 – TERESINA PARA OS TRABALHADORES

Na atualidade cultura é entendida como coisa supérflua, adorno e entretenimento. Genericamente é produto (mercadoria) como livros, filmes, programas de televisão, ou então serviços comprados como espetáculo (show) de música, teatro, dança. Nesses casos cultura de massa ou de entretenimento. Mas tem outra ideia de cultura que ainda hoje é muito difusa que entende como cultura aquelas pessoas com educação, bons modos e etiquetas. Nesse caso cultura como “alta cultura”, cultura superior. É a chamada cultura da distinção.
Cultura é palavra antiga, muito antiga, antes mesmo do surgimento dos dicionários. Ela vem do latim antigo (colo, colore) e por muito tempo significou lavrar a terra: fazer brotar da terra o fruto. Por isso ainda hoje os termos agri-cultura, flori-cultura e outros ligam-se à terra e à atividade humana de cultivo do solo. Antes de tudo, portanto, cultura é a ação humana de cultivar algo, fazer brotar, criar, produzir. A palavra Cultura  está associada diretamente à atividade do trabalho. Isso envolve energia e conhecimento humano acumulado em gerações (o saber fazer) que se desenvolve na prática cotidiana de gerações anteriores. Um saber fazer que se enrosca na matéria-prima com a vontade de que dali germine uma  produção. É luta e sacrifício, queda de braço. Pela necessidade premente da sobrevivência, dar forma e vida ao que antes não existia.
 O termo cultura se transformou um pouco, passou a significar também   puericultura, o cultivo das crianças. Educação realizada sobre as crianças para que elas se tornassem adultos e cidadãos. Transmissão do que foi acumulado coletivamente pela experiência, sacrifício e dedicação de gerações anteriores. É a metáfora da criação material; agora como criação espiritual, isto é, transmissão de valores morais e conhecimentos para as novas gerações.  Sem essa experiência repassada das conquistas da humanidade não existe sociedade. Por essa razão, desde muito cedo o que designamos como cultura esteve associada à ideia de memória (lembrança), linguagem (comunicação e pensamento), educação (transmissão de valores e conhecimentos) eidentidade (sentimento de pertencimento grupal).
Somente mais tarde, do século XVIII em diante, essa palavra passou a designar principalmente arte, filosofia, ciência e literatura. Neste sentido a ideia de cultura associou-se às esferas da produção humana que possibilitariam a formação intelectual, filosófica e estética dos indivíduos. Embora limitada à perspectiva liberal e burguesa da época, essa visão combatia os dogmas e a irracionalidade de crenças e crendices que limitavam a ação transformadora humana.  Ela também foi associada ao belo e ao sublime. Passou a servir como distinção social para as pessoas que eram “cultas” e “tinham” cultura. Tinham cultura porque obtinham “educação superior” e desenvolviam “bons modos” e etiquetas finas.
O conceito cultura, portanto, foi separado da atividade humana e do produto que somente através do trabalho é possível gerar. Constituiu-se como marca de distinção social. Passou a significar que existiam  indivíduos, grupos e classes sociais (aristocracia e burguesia) que tinham cultura e os outros, classe trabalhadora, que não tinham. Decorrem dessa distinção grandes preconceitos e discriminações de classe  muito acentuados até hoje.
O capitalismo engendrou como cultura um modo de vida e existência que pauta e regula as nossas vidas cotidianas, as formas de organizarmos nossos tempos, a maneira de trabalharmos, a maneira de comermos e dormirmos, os ritmos do nosso dia-a-dia. Tanto no trabalho operário nas indústrias, na construção civil; como também no trabalho do bancário nos bancos, do funcionário nos escritórios e dos professores nas escolas. O trabalhador perde de vista aquilo que produziu; desconhece então que tudo construído na história é da sua conta porque é a sua classe a produtora. Passou a ver em seu parceiro de produção seu concorrente e até inimigo. A cultura do capitalismo gera então o individualismo, a competição, a divisão dentro da mesma classe! É esse modo e maneira de ser que é reproduzido na maioria dos programas televisivos – telenovelas, filmes e publicidade -, como também nas relações de trabalho onde vale para o patrão (o capitalista) o trabalhador “obediente” e “produtivo” que “não é encrenqueiro”.
O trabalho que gera a riqueza humana gera também a alienação econômica, ou seja, a riqueza concentrada nas mãos de poucos. Essa alienação econômica é acompanhada da concentração da cultura intelectual e estética de alta qualidade, isto é, as criações humanas que permitem o desenvolvimento de nossas sensibilidades críticas, no plano estético e filosófico. As criações científicas e artísticas de qualidade aparecem na sociedade capitalista como possíveis para todos. No entanto, somente uma pequena parte da sociedade tem o tempo necessário e a possibilidade econômica para ter acesso às significativas produções culturais produzidas no passado e no presente pela humanidade. O acesso sistemático e metódico aos conhecimentos científicos, artísticos e filosóficos é que possibilita inclusive superar criticamente  o já existente. Para a classe trabalhadora e grande parcela da juventude resta-lhe na sociedade capitalista a chamada “cultura massificada”.
Na atualidade, cultura é entendida como mercadorias culturais e serviços culturais especialmente voltados para o entretenimento. Algo raso para desencanar e remediar que não nos eleva em nossas sensibilidades, criticidade diante do mundo ou um olhar diferente sobre os problemas da humanidade. Passou a significar a novela das 9, o filme   alugado na locadora, o CD de tal músico. Virou muito o que se chama de cultura massificada para fazer rir ou chorar.  Especialmente essa indústria da cultura, que muitos chamam da “economia da cultura” (ou do entretenimento), que movimenta somas substanciais de dinheiro e é negócio lucrativo. Cultura enquanto produção artística orientada centralmente para o lucro e o consumo que rebaixa o caráter de inovação, da experimentação de novas formas poéticas, como também reitera a mesmice, o preconceito, a homofobia, o machismo, a xenofobia. No circuito comercial demarcado nas relações sociais capitalistas, essa é a tendência majoritária.
Cultura não é coisa que se encontra na prateleira de um supermercado ou na estante de uma livraria, ou na tela de cinema, ou no espetáculo de teatro ou de dança. Isso é somente o resultado final que se apresenta como produto cultural. Na sociedade capitalista, para os empresários cultura é mercadoria!
É necessário afirmar e repetir que cultura é modo de vida como também são as expressões artísticas, científicas e filosóficas. Não se limita a meros objetos/mercadorias; são principalmente expressões de caráter simbólico, subjetivo, valorativo porque envolvem noções difusas do certo e errado, bonito e feito, justo e injusto, bom e mal etc. que  orientam nossas relações sociais, comportamentos e modos de vida. Por isso envolvem memória e identidade social porque de maneira constante nos remetem à tradição de valores, modos de pensar e de fazer. Mas essas expressões simbólicas difusas não se limitam a reproduzir somente o passado. Envolvem-se também na criação e transformação. Por essa razão são produzidas e reproduzidas, mas também inventadas e reinventadas, criadas e transformadas. Faz parte da vida da classe trabalhadora, ou seja, encontra-se no seu cotidiano, no seu dia-a-dia, como também das outras classes sociais.
Cultura não é pão e circo! Não é a visão empresarial que considera Cultura como negócio e/ou mercadoria! Porque Cultura é modo de existência, invenção e criação, mais do que isso é vontade de mudar. Existência que se inventa/reinventa/resiste à massificação cotidiana imposta pela reprodução capitalista, pela alienação do trabalho, pela ideologia do vencedor. A cultura se apresenta nas expressões que marcam os acordes da viola, as estrofes do cordel, a rima pesada do rap, o verso fino do poeta. Está na mais íntima expressão das cores nas artes plásticas, nas galerias e museus, como também nos viadutos com o grafite. Registra-se em todo Sarau quando reinventa a poética da Cidade. Está presente nos sons apurados da Orquestra Sinfônica, na métrica construída na plasticidade do Corpo de Ballet Clássico, na invenção mágica das imagens do cineasta. Atividade humana, trabalho apurado na matéria prima da sensibilidade, no domínio técnico de uma linguagem. São expressões que saem da vida, de modos de vida e de trabalhos, e somente existem em razão da atividade de milhões e milhões. É o que se cria enquanto se resiste à lógica perversa do Capital, no bom deboche e escracho, na gíria, no riso sarcástico na sofrida melodia do ônibus lotado, do Metrô empilhado, do salário apertado e com o xingamento do patrão.
Cultura e políticas públicas culturais: por que e para quem?
 A dimensão da cultura que nos interessa situa-se no âmbito da construção coletiva e inovadora nas relações sociais e políticas e que nos põem em contato com novas possibilidades e formas de fazermos e criarmos o mundo. Perspectivas que nos apontam modos de vida e existência que não simplesmente reiteram o já dado, a mesmice alienadora. A cultura e a produção cultural que aqui nos importam são aquelas que nos indagam, nos questionam, nos projetam para continuamente repensarmos nossos valores, referências, mesquinharias e individualismos que nos são impostos como “verdades” desde nossas infâncias por meio da família, escola, igreja, e meios de comunicação. Questionam aquelas “verdades verdadeiras” que nunca na vida paramos para questionar e que sempre orientaram nossos comportamentos diante dos outros. Essas “verdades” são aqueles velhos preconceitos e discriminações que nem sabemos de onde vem: “homem não chora”, “mulher minha não trabalha”, “você sabe com quem está falando?”, “que fazer, deus quis assim...”, “nóis é nóis e o resto é merda...”!!! Velhos preconceitos e discriminações que nos dividem enquanto trabalhadores, nos separam por valores e ideologias que não são os nossos.
As políticas públicas de cultura devem voltar-se centralmente para a constituição de uma perspectiva crítica e ativa dos indivíduos no processo social, político e cultural enquanto protagonistas de transformações políticas, sociais e culturais. Precisam se articular com as políticas públicas municipais de várias áreas (Educação, Planejamento Urbano, Esporte, Patrimônio Histórico), como também se apoiar exclusivamente nos recursos públicos, de âmbito municipal, estadual e federal. Como premissas principais presentes em seus objetivos encontram-se: (a) constituição de sensibilidades e consciência social orientada por valores de solidariedade contrapondo-se à degradação social e cultural decorrentes da mercantilização da vida humana e da cultura da concorrência e do individualismo presentes massivamente nos meios de comunicação e cotidianamente incentivadas pela ideologia liberal e capitalista; (b) questionar e contrapor-se às múltiplas expressões do autoritarismo presentes na Cidade, ao exemplo das relações e valores orientados pelo machismo, homofobismo, discriminações e preconceitos contra os grupos regionais, étnicos e  a classe trabalhadora; (c) estimular as sensibilidades em torno das transformações na vida social como decorrentes da atividade humana coletiva dos trabalhadores e da juventude; (d) possibilitar aos grupos e áreas artísticas e culturais e aos grupos emergentes de áreas artísticas o seu pleno desenvolvimento.
O Estado não é o produtor de cultura. São os trabalhadores e a juventude  protagonistas centrais dos processos culturais na sociedade, que preservam e recriam continuadamente suas identidades sociais, reinventam  modos de vida e existência, como também suas expressões artístico-culturais. De acordo com suas forças e conjunturas políticas resistem coletivamente com suas memórias e tradições de classe à massificação cultural imposta pela indústria cultural e o lixo dos meios de comunicação de massa.  Mas cabe  ao Estado, no caso à Prefeitura Municipal, ao governo estadual e federal,  possibilitar a dinâmica cultural, por meio do estímulo à criação, acesso e fruição às múltiplas expressões da cultura, por meio de recursos orçamentários, funcionários públicos concursados e capacitados na área e equipamentos culturais. A possibilidade de produção, experimentação, acesso e fruição das múltiplas produções culturais (artística e científica) deve garantir aos trabalhadores e juventude amplo acesso gratuito à produção cultural de ponta existente não somente na Cidade, como também no país e internacional, clássica e contemporânea.
As prioridades culturais da Cidade devem ser desenvolvidas com infra-estrutura, recursos humanos e orçamentários públicos (estatais) e orientadas por ampla e permanente discussão popular nas várias regiões do município através de Conselhos Locais de Cultura que possibilitem amplos debates, mapeamento das condições locais, e definições dos eixos prioritários na região, e que deságüem periodicamente em Congresso Municipal de Cultura constituído por representantes escolhidos democraticamente em Assembléias dos Conselhos Locais de Cultura. Do Congresso Municipal de Cultura serão elaboradas as Diretrizes de um Programa Municipal de Cultura.

O lugar que a Cultura ocupa no país e na cidade de Teresina

A Constituição Brasileira de 1988, em seu art. 215, afirma que “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”, no entanto esse artigo, no Brasil e no município de Teresina, é letra morta. Basta examinar o quadro do Orçamento Geral da União nos últimos anos, para verificar o descaso com a cultura e suas consequências para a população. Enquanto o governo federal reservou, em 2011, 45,05% do orçamento para pagamento de juros e amortizações da dívida, coube minguados 0,04% à Cultura. Examinando os dados, vemos que o valor reservado para a Cultura vem diminuindo enquanto o destinado ao pagamento de juros e amortizações da dívida vem crescendo progressivamente. Não precisa ser nenhum especialista, para perceber que os recursos para o pagamento da dívida estão sendo retirados das áreas sociais e, especialmente, da Cultura.
Relação recursos federais para Cultura e pagamento da dívida pública[1]
Ano
Porcentagem reservada ao
pagamento de juros e
amortizações da dívida
Porcentagem reservada à
Cultura
2008
30,57%
0,06%
2009
35,57%
0,06%
2010
44,93%
0,06%
2011
45,05%
0,04%
Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida
A reduzida verba é responsável pela desastrosa situação da Cultura no país, conforme dados fornecidos pelo IBGE em pesquisa sobre o tema publicada em 2007 e realizada em 5.564 municípios brasileiros:

Situação dos equipamentos culturais no país[2]
Porcentagem
Situação dos municípios no Brasil
10%
não têm uma biblioteca pública
76%
não têm nem um centro cultural
79%
não têm nem um teatro ou sala de espetáculos
92%
não têm uma única sala de cinema
42%
declararam não ter uma política cultural definida e apenas 5,6% dos municípios
têm uma legislação própria de incentivo à Cultura.
Fonte: IBGE.
Em contrapartida, a TV aberta cobre 95,2% dos municípios brasileiros.  A falta de espaços culturais deixa os trabalhadores reféns dos programas da TV aberta, cuja programação se restringe a novelas que veiculam valores, modelos e costumes típicos da sociedade de consumo; os jogos de futebol e seus desdobramentos, cuja função esgota-se no entretenimento; a programas humorísticos, cuja tônica é o preconceito; a programas como Silvio Santos, Big Brother, etc. que procuram alimentar a ilusão de ascensão social por intermédio da sorte; a programas sensacionalistas, em que os apresentadores se comportam como defensores da população quer na esfera da segurança, como Ratinho, quer na esfera do consumo, como Russomano; mas que, na verdade, funcionam como verdadeiras plataformas eleitorais; em síntese, uma programação voltada para o cultivo de valores, preconceitos e ilusões que constituem o processo de alienação.
Essa situação tende a se agravar, pois a população sofrendo com problemas crônicos de emprego, saúde, educação, transporte, habitação, entre outros, mal consegue se organizar para reivindicar os bens culturais a que tem direito. A única resistência vem de alguns heroicos setores artísticos que, ano após ano, denuncia a falta de verbas para a área.”
As leis de incentivo – um capítulo à parte
Se, por um lado, o pagamento da dívida é o grande responsável pela irrisória verba destinada à Cultura; por outro, as leis de incentivos fiscais excluem os trabalhadores do acesso à produção cultural da cidade.
 Iniciadas no governo Sarney, as leis de incentivo fiscal foram introduzidas à medida que diminuía a aplicação de recursos públicos diretos na área. Elas permitem que, no âmbito federal, estadual e municipal, empresas ou pessoas físicas abatam integralmente ou parcialmente, no imposto de renda, valores destinados a apoiar projetos culturais. Os recursos financeiros oriundos de renúncias de receitas fiscais, na esfera federal, são: Lei Rouanet (Lei nº 8.313/1991), Lei do Audiovisual (Lei nº 8.685/1993), Medida Provisória nº 2.228-1/2001.
A Lei Rouanet e os demais dispositivos legais nas mãos das grandes multinacionais e das indústrias nacionais significam isenção de impostos para aplicação em propaganda, ou seja, os contribuintes – pessoas jurídicas – podem “abater no imposto de renda até 30% ou 40% de valores alocados em projetos culturais sob a forma de patrocínio ou doação”. As empresas deixam de pagar impostos e o utilizam na divulgação de sua marca. Além disso, é prerrogativa das empresas escolher os projetos que serão patrocinados, o que introduz um elemento perverso no meio artístico: os agentes culturais devem se dobrar aos critérios dos patrocinadores. Em outras palavras, o setor privado define o perfil dos projetos culturais. Não é preciso dizer que, como resultado dessa prática, temos inúmeros projetos vinculados à indústria cultural de massa e ínfimos projetos consequentes.
As chamadas “leis de incentivo” são, pois, suporte da privatização indireta da Cultura. São mecanismos sofisticados de transferência do dinheiro público para as empresas privadas, que passam assim a gerenciar os “negócios da arte”. As empresas privadas “investem” na arte – organizam megaeventos, sobretudo – e abatem do montante envolvido parte dos impostos. Não é raro o superfaturamento nessas transações milionárias, sem contar o retorno de mídia para essas empresas, que passam a se intitular, com o apoio do governo, de “empresa amiga da cultura”. A classe trabalhadora, por sua vez, é a grande prejudicada, porque a arrecadação de impostos que poderiam ser aplicados em áreas sociais diminui e, ela não pode usufruir dos produtos culturais oferecidos dado o preço dos ingressos.

A cultura pela cidade de Teresina
A situação cultural no município segue caminho semelhante ao que esboçamos sobre o país. Na capital teresinense certamente concentram-se as principais instituições culturais privadas do país, como também é um município privilegiado em recursos e incentivos culturais estatais (federal, estadual e municipal) por meio da “renúncia fiscal”, que comentamos anteriormente. A Prefeitura orienta-se especialmente na concepção da cidade como polo turístico; essa concepção articula os recursos orçamentários e as políticas culturais principalmente para a perspectiva de serviços. Como verificaremos tal concepção acentua sérias distorções estruturais na área Cultural.  E desta forma não é garantida situação privilegiada para políticas culturais voltadas para os trabalhadores e seus familiares que demograficamente concentram-se nas regiões periféricas do município. Ao contrário, examinando os valores reservados para a área, vemos que eles diminuem ano a ano.
As formas de resistência cultural ampliam-se na Cidade

Movimentos culturais que questionam a cultura de mercado e questionam também esse mundo desumanizado pela alienação gerada. Por que ingressos tão caros? Por que as atividades artístico-culturais são tão concentradas nas áreas consideradas “nobres” da Cidade? Por que são privilegiados com verbas da prefeitura apenas grupos e espetáculos que estão voltados para as “elites teresinenses”? Por que as verbas e equipamentos culturais não são descentralizados para atender as regiões periféricas?
Há anos, registram-se formas de resistência no centro da cidade e na periferia. O centro recebe sistematicamente artistas de rua que apresentam para o público suas performances. São estátuas vivas, palhaços, saxofonistas, guitarristas e malabaristas. Na periferia, espalham-se os saraus, núcleos de resistência inicialmente ligados à cultura do hip-hop e atualmente congregando artistas populares, que apontam novos caminhos, de arte experimental ou mesmo alternativa.
Nossas propostas na área cultural

ü  Desenvolver políticas culturais que priorizem os trabalhadores e a juventude com o objetivo de torná-los protagonistas de ações culturais no espaço da cidade por meio da constituição de polos culturais nas regiões periféricas do município, como também através da manutenção e ampliação dos equipamentos culturais existentes nas áreas centrais.
ü  A área da Cultura deve ter uma ampliação substancial e fixada no orçamento do município de Teresina, possibilitando desta maneira a execução de políticas culturais mais amplas voltadas para a classe trabalhadora e a juventude.
ü  Exigir do governo estadual e federal recursos para área cultural compatíveis com as dimensões demográficas e recursos extraídos dos impostos da população.
ü  Fim imediato da política de “renúncia fiscal” realizada pela Prefeitura Municipal de Teresina e que isenta empresas e o setor privado por meio de abatimento. Esses recursos orçamentários são recursos que se originam dos trabalhadores, por meio de inúmeros impostos, e que devem retornar a eles através também da cultura. Chega de recursos orçamentários serem desviados para o enriquecimento de “empresários da cultura” e para o “merchandising” das empresas e instituições financeiras.
ü  Fomento à produção cultural no município, tendo como eixo central o aporte financeiro público com a definição de leis de fomento setoriais para Cinema, Teatro, Dança e expressões culturais emergentes.
ü  Criação e manutenção das Escolas de Arte Municipais, no centro histórico como também ampliação para as diversas regiões da Cidade, que possibilitem  formação e capacitação sistemática, metódica e técnica em distintas áreas artísticas já consagradas como também em áreas artísticas emergentes.
ü  Consolidar um calendário de eventos culturais de âmbito local, regional, nacional e internacional.
ü  Desenvolver as manifestações artísticas nas vilas, bairros e comunidades rurais, promovendo a preservação da cultura local e revitalizando os grupos folclóricos, organizando festivais e festejos tradicionais.
ü  Realizar inventário do patrimônio histórico e cultural para fins de preservação.
ü  Recuperar e revitalizar bibliotecas e criar pontos de leitura para estimular a prática de leitura e a formação de novos leitores.
ü  Incentivar a produção cultural a partir da aplicação da conhecida Lei Municipal A. Tito Filho (sem isenção fiscal para empresas) e do Fundo de Cultura.
ü  Implantar um centro cultural, para a pesquisa, formação e difusão das artes plásticas, artes gráficas e desenho de humor.
ü  Implantar um parque com complexo turístico cultural, museu de arte contemporânea, Memorial Conselheiro Saraiva, centro de convenções e espaço para feiras e exposições.
ü   Revitalizar os prédios da estação ferroviária e áreas próximas.
ü  Implantar legislação específica relativa à preservação do patrimônio cultural, no centro da cidade. - providenciar o tombamento de áreas de praças da Bandeira do centro histórico e edificações históricas do entorno.
ü  Promover na educação ambiental a integração do patrimônio histórico e cultural como parte do ambiente a ser preservado. Tornar o prédio do Cine Rex patrimônio artístico municipal, com tombamento total, e revitalizá-lo como cinema de rua e com projetos de incentivo à produção áudio-visual.