domingo, 27 de maio de 2012

Basta de perseguições aos professores que participaram do movimento grevista! Lotação nas escolas de origem, já!




De: Romildo Araújo, militante do PSTU/PI

Foram cerca de 80 dias de resistência na luta pela implantação do piso salarial profissional no Piauí. Conforme o MEC, o reajuste deveria ser de 22,22%, retroativo a janeiro. Além do piso, a categoria luta também por 1/3 de horário pedagógico conforme a Lei nº 11.738, entre outros pontos da pauta de reivindicações. Segundo o professor Hallysson Ferreira, um dos líderes do comando de greve, “a greve alcançou uma adesão de cerca de 90% da categoria na capital e no interior. Cidades como Campo Maior, Miguel Alves e Demerval Lobão participaram em massa do início ao fim do movimento.

Essa paralisação teve um diferencial: foi marcada por um amplo processo de mobilização e participação da base da categoria. Nesse processo, as escolas de tempo integral foram a vanguarda do movimento, pois o peso de sua organização e empenho de suas lideranças possibilitou a coesão necessária para manutenção do movimento”.

Pelo nível de combatividade da mobilização dos professores, tentando impor o recuo ao movimento, o governo de Wilson Martins (PSB), e o secretário de educação Átila Lira desencadearam um processo de repressão brutal contra os educadores. “Mesmo com balas de borracha, gás de pimenta, e toda truculência do RONE, não nos intimidamos”, afirma o dirigente.

Era a disposição de lutar da categoria que encurralava o governo e colocava as possibilidades concretas da vitória. O governo se viu acuado e modificou sua proposta por duas vezes. Tais fatos demonstram que o movimento tinha força para fazê-lo conceder o reajuste de 22,22%, de uma só vez, com os retroativos e implantação do 1/3 de HP, além de manter a regência de classe.

Contudo, a traição vergonhosa da direção do SINTE-PI/CUT prejudicou enormemente a organização da greve e provocou um recuo em massa da categoria. A não aceitação da decisão da maioria dos trabalhadores de continuar a greve na Assembleia Geral do dia 15/05, comprovou que o atrelamento da direção do SINTE-/CUT ao governo de Wilson Martins, não só joga a independência de classe na lata do lixo como também impede os trabalhadores de serem vitoriosos nas suas lutas.

Todos os presentes naquela assembleia geral puderam perceber que a direção do SINTE-PI/CUT atuou em conjunto com a SEDUC e programou o fim da greve conscientemente. Apesar da heroica resistência, durante alguns dias depois que a direção do SINTE-PI/CUT abandonou o movimento, a categoria vinha sofrendo todo tipo de ameaças via imprensa, e estar decepcionada com a traição histórica. Por consequência, a categoria começava retornar em massa ao trabalho. Uma oportunidade histórica de impor uma derrota ao governo foi jogada fora.

Após o retorno ao trabalho, os professores das escolas de tempo integral foram surpreendidos com as represálias.  Através de um ofício circular, o secretário de educação Átila Lira declara que não irá receber nenhum dos professores dessas escolas em suas lotações de origem. Somente no CETI Gov. Freitas Neto foram 11 professores impedidos de assumirem seus postos de trabalho.

Em outras escolas, como CEMTI João Henrique, dois professores foram devolvidos para uma nova lotação. No CETI Pequena Rubim, cerca de 20 professores estiveram em greve e, dia 23/05, dois desses já haviam sido devolvidos para a 4ª DRE. Supervisores da SEDUC andam nas escolas anotando faltas relacionadas à greve e bisbilhotando diários de classe e a vida funcional daqueles professores que estiveram mais ativos na luta.

O governo agora ameaça cortar o ponto dos grevistas que continuaram parados contra a decisão da direção do SINTE-PI numa clara tentativa de intimidação. A direção do sindicato até o momento não se moveu contra as perseguições. O que estão esperando?

De acordo com o professor Marcos Fernandes, “nós da CSP-Conlutas, nos solidarizamos como os professores que estão sendo perseguidos, removidos e sofrendo coação moral e intimidações. Denunciamos o caráter ditatorial e coronelista do governo de Wilson Martins (PSB-PT) e chamamos a todos os movimentos sociais a repudiarem as perseguições desse governo contra os professores que participaram da heroica greve e que estiveram acampados ao lado do Palácio do Karnak. Estamos ao lado desses professores unindo esforços para que sejam suspensas todas as retaliações”.

O PSTU manifesta total apoio aos professores perseguidos pelo autoritário governo Wilson Martins (PSB), governo esse que criminaliza greves e sucateia a Educação Pública com o apoio do PT e do PCdoB e partidos de direita no Piauí. 


Abaixo as perseguições aos professores!

Não à criminalização das greves!

Lotação dos professores da greve nas suas escolas de origem já!

Nenhum desconto dos dias parados!

Fora Wilson Martins! Basta de repressão!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

PCdoB: criminalização do movimento grevista e machismo

Depois de sugerir que o aumento da criminalidade no Piauí era culpa da greve dos professores da rede estadual de ensino, o deputado estadual Robert Rios (PCdoB) - que atualmente é Secretário Estadual de Segurança - foi aos meios de comunicação para fortalecer preconceitos e opressões, desta vez contra as mulheres.

Referindo-se a um deputado desafeto (cuja família disputa o mesmo reduto eleitoral), segundo o Portal AZ, Robert Rios disparou: "Ele bate como homem, mas na hora de apanhar, apanha como mulher. Vai na televisão se fazer de coitado”.

Não é de hoje que parlamentares do PCdoB fazem declarações que agridem às mulheres. Também no Piauí, em 2007, o então vereador de Teresina e humorista  João Cláudio, disse ao Portal 180 Graus que  "o Delta do Parnaíba é como uma menina de 15 anos. Linda, virgem e pronta para ser explorada. Aliás, 15 não, 13 anos".

Infelizmente, além de palavras ofensivas, o PCdoB se mostra conivente também com agressões físicas às mulheres, tendo como um de seus parlamentares o cantor Netinho (vereador de São Paulo), que agrediu fisicamente a ex-companheira.

Ao invés de aplicar sanções a militantes que cometem atos machistas, o PCdoB acaba estimulando candidaturas de artistas que não fazem qualquer defesa do socialismo, já que o que vale é simplesmente a possibilidade de obter votos na legenda, para eleger parlamentares, contando também com financiamento eleitoral de grandes empresas. No vale-tudo eleitoral que o PCdoB há tempos aderiu, o que conta são os números na urna.

Repudiamos todas as declarações machistas e preconceituosas do deputado Robert Rios, que em vez de defender a greve dos trabalhadores/as em Educação, utiliza os meios de comunicação para defender o governo burguês de Wilson Martins (PSB) e criminalizar a luta dos professores/as que estão há mais de 70 dias paralisados pelo cumprimento da Lei do Piso.

Lutar é direito, não é crime!

Todo apoio à greve na Educação Estadual!


quarta-feira, 9 de maio de 2012

NOTA DE APOIO DO PSTU À LUTA DAS/OS TRABALHADORAS/ES EM EDUCAÇÃO DO ESTADO PIAUÍ

O desmando na educação pública piauiense não é novidade pra ninguém. Porém, diferentemente do que afirmam o governo e a grande imprensa, esse cenário não é de responsabilidade dos/as trabalhadores/as em educação. 

Nos últimos anos, sob os governos do PT e do PSB de Wellington Dias e Wilson Martins, respectivamente, a educação pública estadual sofreu duros ataques. As pautas dos/as trabalhadores em educação e as principais demandas do ensino público foram negligenciadas. E o pior: em 2003, com o apoio da diretoria do SINTE (ligada ao PT e PSB), alguns direitos chegaram a ser retirados dos professores/as. 

É impossível garantir a qualidade do ensino sem a valorização dos profissionais em educação. No entanto, nem mesmo o pagamento do rebaixado Piso do Magistério (R$ 1.451,00) estabelecido pelo MEC é cumprido pelo governo Wilson Martins. Em Teresina, o prefeito Elmano Ferrer (PTB) só recuou da intransigência e implantou o piso, após 87 dias da vitoriosa greve dos professores municipais. 

A greve na Educação Estadual bate de frente contra a política de arrocho salarial do governo e também de precarização cada vez maior do ensino. Terceirizações, contratos temporários, fechamento de escolas e aumento da carga de trabalho dos profissionais são as medidas implementadas por Wilson Martins e pelo secretário-empresário Átila Lira (que é dono de faculdades particulares e tem todo interesse em continuar sucateando a UESPI e as escolas públicas). É a mesma lógica neoliberal imposta pelo Governo Dilma (PT) de precarização e privatização dos serviços públicos. 

Os FORA DA LEI querem criminalizar nossos movimentos 

Além da precarização, o governo Wilson impõe retirada de direitos, como a regência, tudo com o apoio incondicional do PT, PCdoB e outros partidos. O PCdoB, aliás, não só votou a favor do projeto que retirou a regência, como foi a público, através do deputado Robert Rios, para culpar a greve dos professores pelo aumento dos índices de violência no Piauí. 

Crime mesmo é não cumprir a Lei do Piso do Magistério. Repudiamos toda e qualquer forma de criminalizar o movimento dos trabalhadores em educação. A greve dos profissionais em educação, além de legítima, é muito justa. Por isso, chamamos sindicatos, partidos de esquerda não governistas, movimentos estudantil e popular a manifestar apoio à luta dos trabalhadores em Educação e repudiar qualquer tentativa de criminalização da greve. 

Todo apoio à greve das/dos trabalhadoras/es da Educação!
Pelo cumprimento imediato da Lei Nacional do Piso, rumo ao Piso do DIEESE! 

Pelo retorno da regência dos profissionais da educação, sem congelamento! 

Em defesa da educação pública, de qualidade e gratuita! 

10% do PIB para a educação pública já!

Wilson Martins e o PT nunca mais!

Por um governo socialista dos trabalhadores!